Preocupam-se com tostões, mas ignoram os milhões
As pessoas, em regra, têm tendência em ignorar o fulcral e a
relevar o acessório. No caso do Município de Portimão, diria antes que, existe
uma tendência quase suicida de relevar e dar importância aos tostões e ignorar
os milhões, em divida entenda-se.
Senão vejamos:
Na última sessão da Assembleia
Municipal, foi aprovado uma alteração ao orçamento da Assembleia Municipal,
tendo por base um requerimento de uma deputada da CDU que solicitava o subsidio
de deslocação, que a lei consagra para todos aqueles que residem a mais de 5 Km
do local onde se realiza a referida sessão Municipal.
Obviamente que votei a favor, pois
está em causa um Direito Legalmente previsto que à requerente assiste, ainda
que não tenha deixado de mencionar que poderia ser um procedente perigoso.
No entanto, não posso deixar de
confessar o meu espanto, a minha estupefação quando nos dias seguintes, outra
coisa não se falou no Município, que até teve a honra de ser noticia em jornais
de tiragem nacional. E tudo isso porque, pelo menos 6 vezes ao ano, uma
deputada da CDU irá receber a fortuna de 0,36 €/Km para se deslocar às Sessões
da Assembleia Municipal, ainda que repita esse direito se encontre legalmente
consagrado.
Pena que tenham relevado tanto o
acessório e ignorado o essencial…
Atendendo que o Município de
Portimão está falido, porque motivo não se discute e não se põe em causa o facto do
gabinete de apoio da Sra. Presidente da Câmara esta legislatura contar não com
1 ( como era habitual ) mas sim com 2 assessores no referido gabinete, a
auferirem respectivamente 2 vencimentos x 14 meses ao ano ? Porque razão não se
discute a distribuição de viaturas pelos vereadores e até assessores ? Porque razão
não se discuti a utilização das viaturas, designadamente seu uso ao fim de
semana, à noite, nas viagens a caminho de reuniões partidárias ( que muitas
vezes nada têm a ver com Portimão ) ou mesmo para levar os filhos para a escola
? Porque razão não se discute os vencimentos milionários existentes na Portimão
Urbis e a sua disparidade para com os outros técnicos do Município ? Porque
razão não se discute ou não se releva o facto de a despesa de Janeiro a Julho
de 20013 tenha sido de 25,2 Milhões e de Janeiro a Junho de 2014 tenha sido de
27,1 Milhões de euros, isto é mais 1.9 Milhões de euros ? Porque razão não se
discute ou não se releva o facto de o défice da conta de exploração ter passado
de Janeiro a Julho de 20013 de 4,7 Milhões para 5,7 Milhões para o mesmo períodode 2014, isto é mais 1 Milhão de euros ? Porque razão não se discute ou não se
releva o facto de o executivo em Junho de 2014 já admitir que o passivo total
era de 247 Milhões de euros, quando em Dezembro nem admitia que fosse de 200
Milhões ? Porque razão não se discute ou não se releva o facto de até á presente data o executivo não conseguir admitir qual o verdadeiro valor do passivo do Município de Portimão ?
Perante o exposto, parece-me que
em Portimão continua-se a discutir e a perder tempo com o trivial, ignorando-se o
fundamental…
Luís Miguel Martins
A Verdade Nua e Crua
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