Vai ser muito difícil a Alice “deixar o país da maravilha.

Durante décadas os nossos políticos actuaram como “Alice”. Deixaram-se cair na toca do “Coelho”, criaram o seu sonho e nele se refugiaram durante décadas.

“Alice no país das maravilhas” como é sobejamente conhecido foi a obra mais popular de Charles Lutwige Dodgson, publicada a 4 de julho de 1865 sob efeitos de alucinogénios e sob o pseudónimo de Lewis Carrol. O livro como sabemos conta a história de uma menina chamada Alice que cai numa toca de coelho que a transporta para um lugar fantástico povoado por criaturas peculiares e antropomórficas, revelando uma lógica do absurdo característica dos sonhos .

Tal como “Alice”, ou melhor seu criador, dá a ideia que Portugal foi governado nos últimos 36 anos por políticos sob o efeito de alucinogénios. Pois de outra forma não se entende como poderá o Estado Português ter-se endividado ao ponto de penhorar as gerações vindouras. Só os feitos dos alucinogénios, permitiram ao poder político sonhar e pior viver num sonho irrealista.

A “Alice” Portuguesa construiu o seu próprio sonho. Justificado por um “Coelho” que lhe permitiu endividar-se diariamente acima de suas reais possibilidades e nesses termos permitiu aos governantes fazer aquilo que mais gostam, isto é inaugurações, promessas, obras e politicas insuportáveis para a “Alice” no seu mundo real.

Pois bem o “Coelho” foi caçado pela economia real.  A economia real, nomeadamente as entidades bancárias e financeiras alegam que o “Coelho Nacional” não é suficiente gordo para alimentar tantas bocas famintas.

“Alice” foi finalmente obrigada a acordar, sair da toca do “Coelho” e viver na realidade. Esta “Alice” que durante décadas viveu sob os efeitos dos alucinogénicos, entenda-se endividando-se acima das suas possibilidades vai ter que se desintoxicar.

Desintoxicar-se, ressacando e passar por todo o sofrimento necessário até a mesma  reaprender o que é viver na realidade, sem o excessivo e descabido endividamento e as suas nefastas consequências.

Termos em que, vai ser muito difícil a Alice “deixar o país da maravilha.

Luís Miguel Martins