Exma. Sra. Dra. Isilda
Gomes
Serve a presente para
lhe demonstrar, as minhas preocupações, na qualidade de autarca do Município de
Portimão, na qualidade de seu concidadão, mas acima de tudo na qualidade de pai
de dois meninos Portimonenses, que esses sim têm o seu futuro em perigo na
terra que os viu nascer, bem como todos os meninos e meninas do nosso Concelho.
Sabemos e temos
consciência que a sua posição é ingrata, é uma missão de sacrifício, de coragem
e muita determinação.
Igualmente sabemos, que
V. Exc., sabia perfeita e cabalmente o que a esperava, quanto decidiu
candidatar-se a Presidente da Câmara Municipal de Portimão. Tendo V. Exc. ganho
as últimas eleições autárquicas em Portimão, temo-la quer queiramos ou não como
a Presidente da Câmara de Portimão, a nossa Presidente.
Nesse sentido, permita
que lhe diga que efectivamente eu e os Portimonenses esperávamos muito, muito
mais de si. Esperávamos propostas concretas, medidas, alternativas e não o
constante lamento que infelizmente lemos quer nos jornais locais, nacionais ou
mesmo nos meios televisivos . O lamento a que assistimos, perdoe-me a expressão
o “ choradinho ” e a tentativa de delegar as suas responsabilidades e
competências, enquanto Presidente de Câmara legitimamente eleita, no Governo da
Nação, com todo o respeito e consideração que me merece, julgo que não tem
somente envergonhado a minha pessoa, mas igualmente toda uma população, isto é
todo um Concelho.
Esta “chantagem
política” sócio-emocional a que assistimos, colocando os funcionários do
Município de Portimão e a hipotética possibilidade dos seus salários estarem em
risco, como bandeira política para uma forçada, urgente e extraordinária intervenção
estatal, parece-me de todo descabida e insensata.
Portimão e as suas
gentes, designadamente o Município de Portimão, têm pessoas e condições para se
governarem a si mesmo. Delegar esta sua responsabilidade governativa no Governo
da Nação, é o mesmo que demitir-se do cargo para o qual os Portimonenses a
elegeram e acreditaram em si.
De si, Sra. Presidente
da Câmara, esperamos que faça o seu papel, que encontre alternativas e tome as
devidas decisões. Ficar à espera que Lisboa nos salve, ainda vai fazer com que
muitos morram afogados.
Os meus mais
respeitosos e cordiais cumprimentos.
Portimão, 29 de Maio de 2014
Luís Miguel Martins
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